O CARA POR TRÁS DO LÁPIS


Histórias em quadrinhos estão entre os entretenimentos favoritos de um geek. Por traz dessas peças de entretenimento (e para muitos, uma arte), existe um profissional especializado muito mais do que na habilidade de produzir traçados perfeitos e colorir harmoniosamente. Aquele responsável pela criação do conceito de uma narrativa visual: o desenhista!

O desenhêro
Fabio Ferreira Rodrigues, o “Fabinho”, é ilustrador e designer. O cartunista petrolinense, de 26 anos, trabalha com o desenho de forma profissional desde 2008, confeccionando camisas estampadas com seus desenhos. Mas “risca” desde muito cedo. “Lembro de um dos primeiros desenhos meus, foi na contracapa da bíblia de minha mãe [risos]. Desenhei um macaco em cima do rabo, não tinha nenhum sentido nem motivo o desenho, mas tomei uns tapas por causa dele [risos].” Também conta que na época de escola, sempre desenhava caricaturas dos colegas e professores.
Fabinho é um autodidata. Tudo no dia-a-dia lhe traz inspiração: um game, um documentário de insetos na TV, uma conversa entre amigos, escutando música. Tudo é absorvido e transformado em inspiração por ele. Mas ele é geek assumido e tem uma referência em especial: “minha base artistica são os desenhos animados da minha época, principalmente Dragonball Z, então consequentemente já desenhei bastante todos os personagens da série, em todas situações possíveis”.
Apesar de o desenho ser um hobby, Fabinho sempre pensou em trabalhar profissionalmente com a sua habilidade. Sobre a transição: “depois que criei um traço que me identificasse, criei tirinhas, charges, que começaram a ter visibilidade entre os amigos, que assim foram para internet e tiveram um grande impacto na época das manifestações de junho do ano passado. A partir disso fui pegando contatos que se interessavam em meu trabalho e quando percebi já tinha saído de um antigo emprego numa clínica veterinária pra investir em minha carreira como ilustrador e designer.
Quem disse que geek não tem engajamento político e social?
Mas como funciona seu processo criativo? Fabinho acha que “a imaginação e observação impulsionam a inspiração. Não sigo nenhum ritual ou coisa parecida pra chegar a uma ideia, geralmente ela vem e eu corro pro papel e faço os rabiscos.” Quanto às técnicas, Fabinho começou fazendo as caricaturas à lápis, mas hoje faz desenhos completamente digitais. “De aparelhagem, eu uso um notebook, e tenho uma mesa digitalizadora”.
DBZ é melhor que CdZ!
Pergunto a ele sobre o endosso que as pessoas tem pelo que ele faz, e sobre o mercado de trabalho em Juazeiro e Petrolina para um desenhista: “muitos ainda acham que não tenho um emprego e sim só uma diversão, mas felizmente tenho os dois. Pois sempre aproveitei as oportunidades que apareceram em minha vida.  Minha família sempre me apoiou, minha mãe, irmã e uns primos meus também desenham (não profissionalmente). A região tem muitos artistas excelentes em todos os estilos de desenho, porém, as empresas que precisam desse serviço não os valorizam, por isso poucos se arriscam a tentar. Mas com o crescimento das duas cidades, eu espero que isso mude.”
A região Nordeste sempre produziu desenhistas de qualidade, como o grande Mike Deodato, que desenha para grandes editoras estadunidenses, como a Marvel. Quem sabe o Fabinho, daqui a um tempo, esteja ilustrando uma das revistas de supers, ou lance um trabalho autoral de responsa! Confira os trabalhos dele na sua página do Facebook!
Fabinho também ilustra personalidades juazeirenses!
 As ilustrações são de propriedade do artista entrevistado..

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